Uma conversa franca sobre o medo

 

Não, isso não é cópia de um livro, de uma tese ou de alguma pesquisa. É um ponto de vista. Dizer que o medo é uma emoção humana, que se refere a nossa autoproteção é redundante demais. O que quero falar é sobre o medo ser a emoção mais escolhida como reação a uma ação.

O medo conseguiu um espaço na vida das pessoas, de forma a não permitir que elas vivenciem a liberdade de se arriscar, errar, arrepender e começar de novo. O medo tem tirado a alegria de sonhar e planejar. O medo tem paralisado pessoas dentro de seus mundos e casas impedindo o compartilhamento de suas vivências, por que onde tem medo não existe confiança.

Há sim os medos reais que nos acompanham, como as doenças graves, as separações bruscas, os governos insanos e as formas bárbaras de violência. Mas o que fazer quando esses medos são somente algumas possibilidades que podem nos alcançar e nós os colocamos como motivos para não viver?

Dizer a uma pessoa que tem medo, pânico, ansiedade que é para ela se acalmar, esperar, ou tentar agir de outro modo muitas vezes se torna mais um sofrimento para o indivíduo. O que ouço é que é incontrolável, mais forte do que a vontade, sensação de morte e impotência.

O que fazer? Como enfrentar?

Cuidando. Cuidando dos pensamentos, cuidando das emoções, pensando sobre os motivos, falando sobre eles, enfrentando e se precisar de uma ajudinha, peça medicação. Mas não se entregue ao descontrole e não se isole. Você é mais forte, pois quem dá força ao medo é você.

O medo sempre estará dentro de nós e como todas as outras emoções ele tem sua função, mas não pode ser o que nos define. A vida é um risco mesmo, todo o tempo. Mas se não arriscar-nos não saberemos o que está logo a frente, no próximo passo, na próxima porta, depois da curva, do outro lado da ponte e até no fim do arco-íris. E como dizem por aí: Vai, se der medo, vai com medo mesmo!

Érika Renata